quinta-feira, 6 de junho de 2013

Porque precisamos desabafar?

Conversas, escrever, coisas que parecem tolas. A gente vai preenchendo o papel em branco com os pensamentos mais intimos.

O que nos falta durante a lida da vida que nos faz tão guardador da própria mágoa?

Deveríamos calar ou  romper o silêncio?

Entendo pouco de relacionamentos entre as pessoas e talvez por isso seja algo com o qual me ocupo durante os meus dias e algo que nunca consegui dar um ponto meio certeiro. 

Ouço reclamações de amigas (os), o que a gente sabe sobre si, afinal? Por que repetimos as mesmas histórias quase que rotineiramente?

É só o tempo de fechar os olhos para esquecer e "puff"! Veja só o que esse sentimento nos causou mais uma vez?!

Coisas que eu jamais conseguirei superar: minha falta de tato na escrita e nos relacionamentos.

Seja como for, derrubo a ideia do amor romantico, mas não deixo de gostar por um minuto sequer daquele que é motivo do meu afeto, muito menos quero-o longe. Meu desejo é egoísta.

Queria entender porque sentimos sempre esse desassossego que depois passa como se não tive valido nada e é capaz de voltar cheio de sonhos coloridos de felicidade... Valem de quê?

São tantos os pensamentos que vagam por aqui. E como somos capazes de tamanha bobagem ao nos entregarmos a isso que chama paixão, parece mais um jogo que eu já começo (meio que) perdendo.

Então, metronomy, me alegra aê, cumpadis.




domingo, 28 de abril de 2013

É domingo.
Nunca fui uma especialista em viver domingos.
Para falar a verdade, nunca fui especialista em lidar com dificuldades. Neste aspecto, domingo era/é uma dificuldade.
Quem pode suportar o peso que um domingo carrega quando se está sozinho?

Quando eu era uma menininha, não sabia definir a sensação que me vinha ao ver o entardecer daquele dia quieto. O domingo tinha uma cor vermelho alaranjado do silêncio. As janelas todas iguaizinhas de condominio, estavam caladas.

Ver alguns meninos brincarem, isto era muito raro num domingo.
Não sabia para aonde todas as vidas iam, para aonde fugiam os sorrisos, as vozes, os sons distantes de uma música qualquer.

Em minha casa vivia o sono, o cansaço pesado do dia de trabalho.
O som da televisão, em geral, se fazia presente. E, cá sabemos nós, amigos, a televisão não foi feita para os domingos.
(em verdade, a televisão não foi feita para dia algum).

Aquele dia era impróprio. Na minha concepção infantil, nem deveria fazer parte do calendário. Não digo isto porque ele precedia as segundas-feiras. Para mim tanto fazia o dia que ele precedia e o que viria decorrer disso. O caso é que o domingo parecia me adultecer, isto me incomodava.

O domingo me forçava a refletir, viajava para além da minha existência simples de criança e me forçava a criar um sentimento consciente demais de si.

Diferente disto, os meus domingos de mulher adultecida não contêm tanta poesia.
Agora que trabalho, aquele adulto especial demais da infância perdeu um brilho.
Os meus domingos se resumem a uma só ambição: caminhar pelas manhãs sob o sol da praia.

Imaginem, desejo os domingos pela manhã.
E amo os domingos a tarde.

No entanto, sigo sem saber vivê-los: nunca aproveitei uma manhã  de domingo (cheio) de praia.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Das verdades

(Por: André Dahmer)

Porque, veja bem... Há gargalhadas, mas não exatamente em uma Ilha Paradisíaca... Sabe?!

Para ser bem sincera, não gostaria de encher palavras vãs de poesias. No entanto, a minha paixão é isto. E sempre vou escrever com um olhar abobalhado.
Gostaria de ganhar a vida assim, mas até para quem trabalha nas artes, destaca-se quem tem o olhar técnico.
É preciso falar cheio de sobriedades, em termos que só um grupo poderá reconhecer. E, aquele que mais souber dançar e controlar tais palavras, acredite, estará no topo do comando.
Eu, veja só, por ter paixão não posso ser. A cada obra que me comove, ou choro ou sorrio e, na melhor hipóteses, complemento com um “que belo!”, “que magnífico!”, “quanta beleza!”.
Por mais que ame as palavras, não consigo ser eloquente. Tampouco prolixa!
Basto-me com duas ou três. Deve ser por isso que amo a Leminski, ele não precisava arrastar-se em versos imensos. Desenhava um Hai-Kai e lá íamos (e vamos) nós para perturbação emocional que aqueles versos pequenos eram capazes de fazer!



Um sábio


Vivo quase sempre em cólera. Talvez como um modo de manter a tenacidade do desejo.
Hoje, por exemplo, acordei com uma vontade de ler Manoel de Barros. Quem sabe ele me daria alguns conselhos.
Acredito que é válido ouvi-lo. Para quem diz que aos oito anos mudou-se de sua vida, mas permaneceu com um lastro firme com a infância, me faz despertar a curiodidade em como manter a lembrança viva.
O grande problema é que dificilmente alguém sabe manejar o aprendizado e a riqueza que são as recordaçoes que trazemos de lá. Desesperei-me, então, ao ver que ele sabia!
Há muito tempo que tenho apenas falado, sem ouvir.
Deixo aqui um trecho da entrevista que me ‘encabulou’, em todas as formas. Sua simplicidade é bastante rica e me orgulha poder aprender:

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Os dias despertam como musicais:
Hoje tocava nas ondas radiofônicas do ar uma melodia triste, triste
Do outro lado do mundo, longe 5 horas - quando se manifesta o verão
Ela se fazia ao vivo.
E pensavam no que poderiam estar-se pensando.




Medianeras


A missão deste blog é não ter missões.
Escrever sem celas, de modo que, será uma eventualidade haver algum texto por aqui.
Poderia ser uma janela. E este era o propósito da primeira idéia. Como uma Medianera que se vê nos prédios Argentinos (e que ví, de pertinho, num filme homônimo).
Será, ademais, um teste de palavras. Palavras irreais, abusadas e absurdas. Ou será nada disto que me proponho, porque não sei manter palavras, nem metas.
Vai-se levando por ai qualquer segredo mal feito, pois que aqui afeito, não mais será. Eis que os apresentarei ao "mundo", assim, por acidente.